Eco Ação

Em seu extenso territórrio, o Japi é considerado Santuário – Patrimônio, possui protocolos legais de preservação em todas as esferas, desde os municipais (municípios que o Japi se insere – Jundiaí, Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar), estadual (APA Cajamar, Cabreúva e Jundiaí, e CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), federal (Mata Atlântica, Sistema de Unidades de Conservação e Área de Preservação Permanente) e internacional (Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da cidade de São Paulo).
Sua importância sublime foi referendada com esse ato internacional da ONU, decretando-a patrimônio da humanidade.
Mesmo com todas estas designações, infelizmente a luta para manter o Japi VIVO é árdua com entraves e enclaves, que objetiva a continuidade dos serviços ambientais fornecidos à coletividade não somente no presente, mas para as futuras gerações que ainda estão por vir.
Algumas ações contribuem para este ideal, como as pesquisas científicas, educação ambiental em todas as vertentes, políticas de desenvolvimento sustentável, gestão aplicada, monitoramento ambiental, plano de manejo, entre outras que podemos e devemos fazer, ou exigir dos poderes públicos.
Não podemos mais permitir o flagelo ao Japi! As atividades humanas – ações antrópicas, que interferem e impactam o meio, devem cessar, serem denunciadas e renunciadas.
Atentemos para estas ações; desvios e intervenções de cursos d’água, edificações irregulares, parcelamento do solo, uso das estradas para atividades altamente degradáveis, abandono de animais domésticos, despejos de entulho e lixo, prática de caça, prática de cultos religiosos, ateamento de fogo, desmatamento, atividades com grau intenso de som e outras.

DENUNCIE !! O JAPI AGRADECE E AS FUTURAS GERAÇÕES TAMBÉM!!




10 dezembro 2010

Questões Hídricas!

Não há como não olhar para o nosso manancial e, se espantar sim, com a sensação, mesmo que seja visual, de escassez de água.

Mais preocupante fica a questão, quando a qualquer hora do dia, tenta-se trafegar pela cidade, sem muito sucesso e mobilidade, por conta das inúmeras obras de infra-estrutura que são necessárias para os novos empreendimentos imobiliários, que no resumo significa aumento da população.

Não precisa ser expert, entendido em cálculos, apesar de ser matemática pura, que os números: captação de água (metros cúbicos por segundo) versus consumo (litros por habitante dia) depende de algumas variáveis; dentre estas, a disponibilidade hídrica.

Hoje tem-se uma outorga (autorização) para importar água do Rio Atibaia, um rio que pertence à outra bacia hidrográfica, mas será que a teremos no futuro?

Hoje não há necessidade de reverter água do Rio Atibaia, ótimo, que bom, mas com o crescimento populacional haverá em algum período?

O “conforto hídrico” muito propagado e divulgado, do fornecimento de água até 50 anos, com a ampliação do armazenamento (represa) considera o aumento dos consumidores na cidade?

Jundiaí segue em frente, mas, mais que seguir em frente é essencial saber pra que rumo caminha-se. Será que o rumo que está sendo traçado contempla a garantia da qualidade de vida e preservação dos nossos recursos naturais (Serra do Japi e Bacia do Rio Jundiaí-Mírim)?

Questões nada sensacionalistas e, de suma importância, que devem ser elucidadas aos cidadãos jundiaienses.

Com o nível baixíssimo de água da represa cabe elevarmos o nível das discussões a respeito destes assuntos e, a DAE aproveitar a oportunidade para retirar os escombros, entulhos que emergiram na represa, pois nosso manancial carece destes tratos.



23 setembro 2010

Raine


A primavera chegou,

Na minha porta adentrou,

Anunciação nítida,

Rubro desabrochar,

Desabotoando cada botão,

Pétala por pétala,

Desabrochando flores,

Frágeis frascos,

Perfumes efêmeros,

Convite melífero,

Revoada de pássaros,

E um Ser no ninho,

Parido,

Estigma floral,

Enigma menina,

Semente feminina,

Ine,

Raine


Este é pra minha Preciosa Princesa, Florzinha Sutil, Raine, que completa dois aninhos.
Felicidades Mil Menina Linda!
Com amor eterno.
PaTia



14 setembro 2010

Inspirações na Mantiqueira

Decoupage d’Alma,
Estampa poesias,
Poesia pura ecologia,
Soltura silvestre,
Ocitocina.

Sou tua,
Alento,
Contento,
Neuro(transmissor).

Soul urra,
Etologia,
Dicotomia.

A essa altura,
Homeostase.


03 agosto 2010

BROTANDO: DESABAFOS

Saudades de despir meus anseios, sensações e reflexões, por estas linhas!

Em tempo, agrego estas palavras de hoje para expelir por onde brota alguns pensamentos meu.

Por estes dias de termômetro elevado e temperaturas altas, senti nostalgia da época de criONÇA, em que cursava o ensino fundamental na escola estadual Cecília Rolemberg Porto Guelli e literalmente levantava, sem muito bem acordar, às 6:00 horas da matina. Não estou com saudades de madrugar não, mas lembrei-me de ter visto algumas vezes os primeiros raios solares brotar no horizonte, o nascer do sol, lembrei-me também da friaca que fazia naquela época. Minha mãe agasalhava-nos (eu & meu irmano Sandro) muito. Eu, friolenta que sou e amante do calor, menina verão, sempre punha blusas, cachecol, luvas e até polainas. Hoje, pensei, não sinto tanto frio, por que não se faz mais aquele frio, e olha que moro em uma casa congelante. Evidências do aquecimento global? Mudanças climáticas?
Para espanto meu, ouvi outros questionarem; cadê o frio, o inverno?
Bom, por estes dias ele chegou com tudo e um tanto atrasado, mas com o tempo, tudo muda, até as estações que não deveriam.

E eu, aqui, instalada em um lar, no fundo de um vale, onde contemplo uma nascente brotar, imagino que nesta época de menina-criONÇA, sobre meus pés e pisos de hoje, brotava água e agora brota-se empreendimentos ao redor desta vila, de boaventura e boas lembranças, que foi privada dos raios solares e calor, por estes arranhas céus monstruosos. Isto tudo por conta da ausência de estudos de impactos de vizinhanças e ambientais, oras pois, aterraram nascentes, aterraram o vale, a vila!!

Estudos que deveriam avaliar e mensurar o imensurável; serviços ambientais ofertados a todos. Será possível prever e avaliar todos impactos a curto, médio e longo prazo que nós causamos ao meio ambiente? Ou que empreendimentos avassaladores ocasionam?

Eu acho que não! Por melhor elaborado e bem intencionado, tais projetos não compatibilizam análise do macro ao micro, mutável habitat de cada canto.


Bons ventos e bom frio!!

Ahh!! aprendi a curtir as atrações pitorescas do inverno, que são deliciosas, mas confesso que não vejo a hora da primavera brotar.

06 julho 2010

Guardiões do Japi

Fies escudeiros, homens do destacamento florestal, “guardam” nosso patrimônio verde, a Serra do Japi.

Zelando-a diariamente, 24 horas, uma pequena equipe vigia o território japienses afim de coibir todo e qualquer tipo de agressão a este meio.

Trabalho árduo para os guardiões destas matas, pois contam muito mais com a sorte, coragem e braços fortes, do que com as merecidas infra-estruturas que convém para a presteza dos serviços valiosos que garantem a preservação e proteção da Nossa “Serrinha”.

Serrinha Esta no sentido pejorativo, pois somente no município de Jundiaí sua área é aproximadamente de 170 km².

Estes senhores dedicam-se ao trabalho de Guardas Florestais com precários recursos, para cumprir com seus ofícios; vigiar, fiscalizar, orientar, combater incêndio e coibir danos ambientais.

Desempenham com audácia todos estes itens, porém não é a ausência da força de vontade e destemor que acomete este Grupo de Guardas Municipais Florestais, e sim viaturas incompatíveis para a rodagem nas estradas, poucos equipamentos de controle e fiscalização, ausência de EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) apropriados, carência de recursos financeiros e humanos.

E é nesta época seca e fria que nossas florestas (mesófila semidecidua) perdem parcialmente suas folhas, recobrindo o solo e aumentando a camada de serrapilheira, combustão ardente, e é também nesta época que estes guardiões, são lembrados e relembrados, por seus atos de bravura e heroísmo, mesmo em baixas temperaturas, sentem o suador e a fatiga do calor.

Este é o período que nossos Guardas Florestais mostram suas garras, combatendo um dos maiores violões e mais devastadores; chamas e focos de incêndio florestal, que ocorrem com certa intensidade, vezes por balões de bobões, vezes em propriedades particulares, constantemente palcos de genocídios com focos, fogos, que estão no foco alarmante.

Sorte ou azar, coincidência ou mero acaso, as evidências são sempre queimadas junto com muitas espécies da fauna e flora, transformando em carvão e cinzas grandes áreas de vidas.

As cinzas nutrem o solo, mas deveriam nutrir no pesar da consciência destes irresponsáveis que contribuem para a perda da biodiversidade, poluição do ar, aquecimento global, comprometendo a saúde pública.

Criminosos ou não, estes acidentes!? Ou incidentes!? São compelidos e combatidos por estes homens, destemidos que muito precisam de apoio da comunidade, voluntários na brigada de incêndio; da iniciativa privada, voluntários e doações; e principalmente do poder público, gestão aplicada, para a implementação de programas preventivos em gerais e de combate aos incêndios.

Enquanto o Japi é foco de eco-propagandas e fetiches verdes, os bravos Guardas Florestais seguem em frente ao confronto do ardor do fogo, na tentativa de sanar impactos ambientais.

A lei federal 9.605/98 prevê como crime ambiental, passivo de reclusão, solturas de balões e provocações de incêndios, mas mesmo assim, balões no céu e focos de fogos ao leu são vistos e revistos ano após ano, sem ao menos qualquer discurso ser materializado em efetiva ação.

22 junho 2010

In verso

Cultuando letras,

Adormecidas sob o edredom,

Sinopse de um atalho,

Aqueço no vapor do chocolate quente,

Os dias mais longos,

Vindouros nas manhãs,

As tardes,

Fogo ateado no céu,

Prece para que a luz laranja rosada congele,

Fragmentos do último pôr do sol,

Aroma espiral,

Das noites frias,

De junho,

Mês do solstício de inverno,

Mês alusivo à preservação ambiental,

Mês de acender as lareiras,

Não de incendiar as matas,

Não de soltar balões,

Sim,

Inflamar paixões,

Acalentar o coração,

Cobrir os bons pensamentos,

Na mais quente labareda,

In verso.

23 maio 2010

Plano Diretor ou Plano de uma diretoria?

Este espaço que tanto me agrada em manter está em stand by por conta de um projeto precioso, que venho me dedicando e que logo, logo, estarei ecoando-o com imenso prazer aqui.

Mesmo sem muito tempo... tenho acompanhado alguns assuntos relevantes em pauta na cidade. Um deles é a revisão do Plano Diretor do município, que me parece mais um plano mirabolante específico de uma diretoria antiga, conservada no poder.

Fiquei surpresa e pasma quando vi através de um mapa, o projeto encaminhado à Câmara Municipal para aprovação desta revisão, pois o mesmo diferenciava do que foi apresentado para o Conselho de Gestão do Território da Serra do Japi, na ocasião.

O referido Conselho abordou o assunto, mas não se aprofundou, pois o foco primordial deste é o território da Serra do Japi. E o único assunto que nos foi encaminhado, cabendo nossa manifestação, tratava de resetorizações em uma área no bairro da Terra Nova, por conta das instalações industriais na região, que se deu há décadas.

O entendimento e decisão do Conselho foi em manter o zoneamento, não retalhando as áreas do território da Serra do Japi, instruindo que tal solicitação compele estudos mais aprumados e aprofundados, haja visto que tal revisão, foi nos dito, que seria previa quanto ao que se pretende para o futuro próximo, 2011.

Mas, o que nos foi dito, não nos foi cumprido... e dentro do território de preservação há inúmeros empreendimentos para regularização e aprovação, o qual o Conselho instituído por lei, nem ao menos foi consultado.

São os mandos desmandados e desmantelos de uma gestão despótica que ainda continua jogando entulhos nas estradas da Serra do Japi.

22 abril 2010

Cenários de Gestão e Preservação Ambiental na Serra do Japi

Tenho intensamente participado desta Gestão do Conselho do Território da Serra do Japi, comprimindo em meu dia-a-dia as inúmeras tarefas, para dispor um tempinho de dedicação.

Como já postei neste espaço, vivo esta pequena contribuição, como conselheira, fomentando um ato de cidadania e envolvimento com as questões ambientais, no que tange nosso precioso santuário: Japi.

Não é tarefa fácil abdicar de tempo para viver ideais, mas é prazeroso por demais vivenciar isso!!

Mensalmente reuno-me com o Grupo de Conselheiros, composto por diversos segmentos para aplicar a Gestão Ambiental no território Japi. Estas reuniões ocorrem todas as terceiras quartas-feiras dos meses, raras exceções quando postergada devido a algum feriado, como ocorreu este mês.

Além de ressaltar o convite a todos que se interessam pela questão, em participar, contribuir de alguma forma e dispor de tempo e idéias para enfim alinharmos a preservação desta relíquia, quero narrar de forma suscinta alguns acontecimentos e discussões do Conselho, instigando os apreciadores das montanhas amoldadas no horizonte.

Nesta última reunião, profissionais habilitados do corpo técnico da Fundação Florestal, órgão ligado a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, aceitaram nosso convite para explanar sobre a polêmica criação de um Parque Estadual na Serra do Japi.

As informações preciosas de cunho legal e técnico dispensadas, delinearam em atender as expectativas, não de equacionar um denominador comum neste momento, pois ainda muito se têm a discutir, mas reforçar a importância de planejar pro-ativamente e criteriosamente a continuidade da preservação da Serra do Japi, como patrimônio da biodiversidade, lá contida e retida por anos à fios.

Alguns pontos interessantes do contexto abordado, trago aqui no texto:

- Novo e moderno conceito de implementação de Unidade de Conservação, com a criação de MOSAÍCOS de Unidades: no município de Jundiaí já temos uma Reserva Biológica (Unidade de Conservação de Proteção Integral), somos uma APA Estadual (Unidade de Conservação de Uso Sustentável), assim poderíamos acrescer; um Parque (Estadual ou Intermunicipal – Unidade de Conservação de Proteção Integral) com a interligação de RPPN’s (Reserva Particular de Patrimônio Natural – Unidade de Conservação de Proteção Integral) em propriedades que há veemente interesse de seus respectivos proprietários, em preservar plenamente o pico;

- Plano de Manejo: há quase dois anos foi elaborado um criterioso Plano para a Rebio, porém ainda continua impresso somente nas inúmeras páginas do apresentável trabalho, sendo sua implementação imediata à partir das constatações descritas em seus programas, assim sendo, sua confecção de nada vale, se permanecer na gaveta de algum gabinete;

- Uma nova categoria de Unidade de Conservação: Monumento Natural que não demanda a desapropriação desde que haja compatibilidade do uso da propriedade em preservar.

- Parque Estadual (Unidade de Conservação de Proteção Integral): segundo os profissionais da Fundação Florestal, com toda a deficiência do Estado (e que deficiência!!), esta “categoria” é a que mais protege e preserva a biodiversidade e as áreas florestais no Estado; e por fim, a ratificação da importância do Japi para os municípios abrangidos e região;

- O Japi é considerado área prioritária de preservação pelo projeto Biota da FAPESP.

Estas discussões, muitas vezes acaloradas, vêem a calhar neste momento em que infelizmente o Japi encontra-se abandonado...


07 abril 2010

Desconexão

Não raro, conecto minhas excursões com incursões introspectivas, na tentativa de plugar raciocínios com emoções.
As tentativas são muitas, algumas substanciais, outras por sua vez evasivas, mas todas na sincera intenção de realinhar conexões intra-interespecíficas.

Ao atentar-me para as belas paisagens, percebo a adsorção de conhecimentos que podemos alçar, relacionados com padrões espaciais, processos ecológicos e sentimentos.

Padrões espaciais ou áreas geográficas propõem-nos voltar ao túnel do tempo para entender o molde do planeta, manto, crosta, rochas, solo.

Processos ecológicos ou ecologia de ecossistemas submete-nos uma visão futurista que através de pesquisas apuradas converge à identificação da dinâmica, funcionamento e estrutura dos ecossistemas.

E sentimentos, ahh..., esses em grande parte são indescritíveis, mas induz reflexões e devaneios, que enfim podemos absorver do gozo do momento da bela paisagem.

Insistindo em nomenclaturar as belas paisagens, sintetizamos em uma única palavra a maioria delas, independentemente do vôo alçado por cada um.

A palavra mentalizada que costumadamente expressa-se é : “paraíso”; lugar de delícias, de belezas, de natureza = VIDAS.

Mas, depois deste meu vôo, desmedido e terno, repouso inquieta, entendendo que pouco usufruirmos de todos os paraísos, pois levianamente a conexão; terra e homem “quase” rompida, está evidenciada nas destruições das beldades paradisíacas, como exemplo a “quase” dizimada Mata Atlântica, floresta com a maior biodiversidade mundial.

E incito que pouco nos resta, além de admirar o pouco que restou, caso não haja uma massificação da bioética e um resgate; na mais pura plenitude da palavra, a conexão do homem com o seu meio ambiente, o plantar e o colher, somente o necessário = SUSTENTABILIDADE.

22 março 2010

H²O

Singela química de reagentes,
Alquimia divina, líquido vital,
Promoção de vidas em poção trivial.

Simples, elementar,
Fundamental composição,
Em estados, estágios.

Cobre, ocupa, preenche,
Dá nome, codinome, alusão,
Ao planeta de superfície Azul,
Reflexo de sua aglomeração.

Transparente, transforma,
Inodoro, renova,
Insípido, sacia,
Indispensável ao dia-dia.

Em ciclo natural,
Aparece, reaparece,
Outras formas, sentir.

Balsamo matinal, gotas de orvalho,
Abundância tropical, gotas de chuva,
Esforço semanal, gotas de suor,
Sentimentos expressão, gotas de lágrima no chão,
Vigor seiva, sangue verde.

Veio, veia, vasos,
Percola, infiltra, filtra,
Solo, raiz, rins,
Fonte, corrente,
Pra toda alma vivente.

Limitada e finita,
Basta toda antropização,
Que insulta e polui,
Que contamina e desperdiça,
Nosso ouro azul.

08 março 2010

Professor, Mestre, Doutor Aziz Ab'Saber.

Eu acabara de despertar, pro caminho que traçaria a minha vida profissional.

Decidira que seria alguém que da labuta, abrandaria o trabalho, tendo por esforço de cada dia uma semeadura, e desta, com amor e afinco, talvez sucesso e sorte, sementes; flores e pessoas.

E neste exato momento, o conheci. Um Senhor esguio, de fala mansa, mas enérgica e articulada, olhar crítico de um sonhador e idealista, que em sua intensa vida colecionou inúmeras pesquisas, trabalhos científicos, títulos, prêmios, honrarias, grandes descobertas.

O conheci por sua reputação gloriosa de proporções mundiais, admirei-o por sua fabulosa empreitada pioneira de vanguarda na preservação do relicário Japi.

A Serra do Japi e minha fascinação pela diversidade de vida nela contida foram o ápice intrusivo desta minha trajetória com as questões ambientais da cidade de Jundiaí, e com o meu ganho pão de hoje.

E bem digo e repito que esta Serrinha sempre me potencializou novos aprendizados, novas possibilidades.

Uma das atividades que tenho e prezo na Serra, é o meu envolvimento para o desenvolvimento do trabalho de educação ambiental na REBIO, que compartilho com um Grupo heterogêneo e multidisciplinar, que respira e pulsa Japi.

Em nome deste Grupo, designado como Monitores da Serra do Japi, que atua há 10 anos na luta de preservação deste Santuário, concedo a este excepcional Ser Humano, nascido em uma estância turística, graciosa, pitoresca, de atmosfera bucólica, águas claras, de rio: Piratininga, nossa sincera e singela admiração e prestígio, votos de estima, consideração, apreciação, respeito, honras, enfim, o sentimento imenso de orgulho de tê-lo em nosso meio, em nosso inteiro e interior, aqui no Japi.

Professor emérito Aziz Ab’Sáber, que traz em sua identidade a nomenclatura do Saber, que, além disso, possibilitou a difusão da relevância do Saber, e que é um autentico apreciador das belezas desta Terra.

Homem que foi amparado pelas flores, um dia em sua vida, suprindo suas necessidades diárias.

Mãos de jardineiro, alma de florista, coração ambientalista, socialista, mente revolucionária, virtudes materializadas em Aziz Ab’Saber.

Que sabiamente entretêm nosso respeito com sua retórica, pois é um verdadeiro oceano galáctico de conhecimento, num grande deserto sedento por informações.

E aguça percepções das questões de relevante interesse, ensinando a equacionar as mazelas diante de um denominador comum: atender as necessidades dos carentes, estender as mãos para o bem de todos.

Preconiza mais inteligência, menos demagogia, mais seleção de projetos para o bem da maioria, frases do Sábio Sáber.

E hoje, celebrando o vigésimo sétimo aniversário do Tombamento da Serra do Japi, primeiro pacto preservacionista para com esta Floresta, com toda certeza este Senhor é o brio desta data querida, AP (Antes do Presente), P (Presente) e F (Futuro).

Obrigada Aziz Ab’Saber por ser visionário, sensível e iniciar esta luta, que juntos travamos pela Serra do Japi.



28 fevereiro 2010

A história se repete, cenas de horrores!

Não é a primeira vez que componho texto sobre o tema, mas com toda certeza, desejo que seja a última, a final: o erro se repete, a ignorância impera, o descontentamento culmina, faltando potenciais ações de aprendiz.

Em uma cidade (Jundyork), com um patrimônio ambiental de excepcional e imensurável valor (Serra do Japi), utilizado como ícone ambiental (marketing verde) a gestão pública, no mínimo, deveria investir inteligência e alguns recursos (financeiros, humanos e materiais), para o trato, cuidado e manutenções das estradas parques e demais vicinais no Japi.

Acontece que as manutenções têm ser tornado vilões e monstros, pois a ausência de inteligência é notória em cada procedimento feito para este objetivo.



Talvez, o objetivo esteja difuso ou a conotação dada ao significado real da palavra, têm tido interpretações errôneas e distorções.

Mas vamos lá...o significado da palavra manutenção: “manter, gerenciar, conservar”!

Assim sendo, todos os procedimentos, bem como as efetivas ações para o feito, deveriam destacar este sentido e não o sentimento de destruição, impacto e crime ambiental, encravados nos leitos das estradas, vertendo sangue-seiva das feridas vivas das bordas das matas.

A repetição de tais ações, não é por ausência de material informativo, técnico que contenha procedimentos, pois o Plano de Manejo da Reserva Biológica, ensina, preconiza e recomenda como devem ser tais feitos.

Não é por indiferença de profissionais capazes que atuam no território da Serra do Japi, pois inúmeras vezes contatos foram feitos para auxiliar tais feitos.

Também não é por carência de recursos (FINANCEIROS, humanos e materiais), pois Jundyork no ranking nacional do PIB (Produto Interno Bruto) é o vigésimo quinto (25º), décima primeira (11ª) economia.

Concluo que então, todo este imbróglio seja por privação de inteligência e negligência com a Gestão Pública do Bem Comum.

Triste constatação, lamentável administração, que não encara com seriedade os conselhos públicos, os munícipes sem interesses que dispõem de tempo para dedicar-se a participar das questões com um único e primordial propósito, transformação continua, constante, dentro dos conformes da sustentabilidade.

E enquanto aqui escrevo, ali role reuniões, acolá decisões, que subam as máquinas, no mais alto topo e infinque a bandeira da ignorância, arrogância e altivez dos mandos e desmandos desmantelados dos responsáveis das tomadas de decisões de assuntos relevantes, tratados com irreverência.

E os sensíveis que se comovem com a dor das vidas verdes, se acheguem para a corrente do bem, da teia da vida, assim como em Pandora, lutemos pelo AVATAR.


20 fevereiro 2010

Rauan

Parece ontem, ainda que seja hoje, mas já se passaram cinco anos. Divinamente fomos presenteados com Ele em nossas vidas!

A notícia de sua concepção soou como címbalo aos nossos ouvidos, a felicidade transbordou em nossos corações e a ansiedade tomou conta de nossas imaginações.

Por nove meses, as sensações foram diversas e tendenciosas de amor, expectativa do grande dia de recebê-lo neste mundão.

Lembro-me até hoje deste dia, que irradiou a nova fonte de Luz, a nova geração a caminho do saber e do ensinar.

Em um entardecer de domingo, em dores de parto e doses de ímpeto, nasce meu Amado, Primogênito, Sobrinho – Rauan.

Vê-lo pela primeira vez foi e ainda é, mesmo que em lembranças, emocionante! Aquele Serzinho, Bebezinho, Filhinho, o novo começo de uma nova era, de uma nova vida, embrenhado em meus braços, carecendo de cuidados e afagos.

Aliás, vê-lo a cada dia, diferente e pulsando vida é pura emoção e adrenalina.

A “miscigenação” que originou o nome impetuoso: Rauan; é também a origem da genealogia deste menino prodígio, afoito, sagaz e genial.

Desde bebê, a Tia babona, suspeitíssima, admira e acompanha a capacidade de aprendizagem e raciocínio que em constante progressão, evolui neste menino.

E assim foi, fase a fase, completando ciclos; os sorrisos, o chorinho, as cólicas, o engatinhar, os beijinhos, os tchauzinhos, os primeiros passos, os tombos, os dentinhos doloridos, os gestos, as primeiras palavras, a primeira frase, o primeiro chamado: Tia Paty!

Hoje, em seu dia natalício, completando seu quinto ano, ainda tenho que aprumar a linguagem da expressão dos meus sentimentos, mas sinto que seu sentir, sente a intensidade de todas as sensações que juntos e em família vivemos.

Nova geração, nova percepção, a evolução em evidência, este é o retrato falado do menino que já teve cachos dourados, e que ainda continua dourando nossos dias e, que têm em seu DNA, traços de virtudes: extrovertido, extravagante, inteligente, engraçado, carinhoso, afável, amoroso, e de gênio: teimoso (genes de sua tia).

Em prosas e versos, quero registrar meu amor incondicional e materno e conclamar “parabéns” por estes anos e muitos, muitos outros que estão por vir ao meu Menino; Rauan.



“Menino d’ouro,

Reluz, meu tesouro,

Cabelos dourados,

Sorriso largo,

Traços paternos,

Carinhoso, amoroso,

Laços maternos,

Gana de vida,

Brincriança sorri,

Fonte da alegria,

Contagia aprendiz,

Precioso este SER,

Que ao nascer,

Feliz concede,

Alegria e esperança,

Viva, Vida, Rauan!

Repito seu jargão:

Beijo, te amo e boa sorte!

Acresço: saúde, sucesso e infinitamente amor”

17 fevereiro 2010

Lixo

Neste mundão, às vezes, sem eira e nem beira, atravessam-se portais... portões...portas...!
Será a consciência coexistindo? Ou a realidade nua e crua despertando dimensões?
Talvez, fusão de tudo e mais um pouco, do mexelhão: Homem!

Incrível como produzimos dentre tantas coisas, lixo!
Digo que esta era é a do lixo, porque o consumo está associado intrinsecamente com a geração e acúmulo de resíduos, em escalas.
A grande gama de geração elucida ações que devemos esforçadamente aplicar sobre a questão em nosso dia-a-dia, conceito que engloba as vertentes sócio-ambientais.
Este conceito vai além, é o preceito de política pública retratando a ética e a moral, o sustentável e o suportável.
Em face disso, resgato uma das bandeiras da Educação Ambiental, os “5 R’s”, que são traduzidos em atitudes ambientalmente coerentes e corretas.
O primeiro; Repensar, o segundo: Recusar, o terceiro: Reduzir, o quarto: Reutilizar e o quinto: Reciclar.
Aplica-los é despertar para as dimensões, que em respectivas proporções, farão diferença.
Resolvi fazer este chamado, pois a atual gestão política pública de Jundiaí apresentou em uma audiência pública, nada convencional, com limitações de espaço físico e sem conceder a fala livre aos cidadãos, um plano de manejo de resíduos sólidos para o município, com o nome: “Plano de Saneamento Básico Setorial para a Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos”.
A princípio, a iniciativa chamou-me a atenção, pois Jundiaí mesmo com todas as propagandas de serviços de saneamento que fazem, ainda carece de itens básicos.
Temos por exemplo a coleta de esgoto doméstico que ainda não atinge o marco percentual de 100%, mas o marketing induzível praticado é que o município trata este percentual.
Entre outras peculiaridades, minha manifestação e preocupação é que tal plano não contempla o município como um todo, visto que sua concentração está nas áreas urbanas, que correspondem 26% do território, o restante é zona rural, onde temos a Serra do Japi, áreas de preservação.
A grande problemática é que parte do território da Serra do Japi é bastante urbanizado e visitado, principalmente as estradas parques, que nesta época (verão) recebe um grande número de visitantes, ou melhor, intrusos porcalios, que em todo canto, deixam as evidências (lixo) da ausência de educação e consciência ambiental.
Lógico que a reivindicação de atenções para esta área não implica em infra-estrutura que estimule o desenvolvimento urbanístico no local, mas se existe um plano de resíduos, imagino que todas as áreas de gerações devem ser computadas e trabalhas particularmente, considerando suas características específicas, principalmente no quesito de Educação Ambiental, outra questão que cuminou na superficialidade deste Plano.
Sem contar a ênfase dada ao Plano com viés mercantilista, ao invés de ambiental e social.

Certa vez li algo parecido com o que tento transcrever:

“Creio que não tardará o dia que os menos favorecidos terão mais espaços neste mundo, pois não teremos mais espaço pra tanta matéria, consumo e lixo”.

"Infelizmente os lucros são capitalizados a poucos enquanto que o resíduo é socializado” JVN

31 janeiro 2010

Vida Ciclísta

Depois de dias acinzentados, eis que finalmente o azul funde-se ao infinito.

Na manhã ensolarada, há rastros das correntezas e estímulo em desfrutar o dia.

Em rotação ritmada: marchas, câmbio, catraca; pelos aclives, declives e curvas, direção traçada, poucos instantes, chega-se à zona rural de Jundiaí.

Em poucas pedalas o caminho da roça inicia e segue aromatizado pelo tempo; terra crua e molhada.

O fascínio pelo vento no rosto em cima de duas rodas silenciosas é apreciado por uma gama de ciclistas em Jundiaí, que tem a bike como companheira de aventuranças e de fácil mobilidade.

A satisfação inicia-se nos primeiros pedais, que apontam o destino. Porém, o percurso requer atenção e cautela.

Ao circular pelas paralelas, tangentes e transversais das ruas e avenidas, o ciclista e sua magrela perdem espaço para veículos motorizados conduzidos por motoristas má-educados e inconscientes.

As ciclovias que deveriam existir são promessas para um futuro, que ofusca a necessidade do presente, já que pedalar deixou de ser meramente um esporte.

É transporte, solução para o caótico trânsito das megalópoles e a redução significativa de emissões de poluentes, sem contar os benefícios físicos, mentais e emocionais que somente o suor de um pedal concede.

Cabe ao município implementar Ciclovias e Parques Lineares para o fomento multimodal de transporte, nutrindo outras modalidades de transporte coletivo e induzindo a prática ciclística para o bem da saúde e do planeta.

E a nós, praticar este prazeroso esporte, aderindo a deriva da vida ciclista.

19 janeiro 2010

Escolha : Participação



Entre o caos, cosmo,
Entre o real, virtual,
Entre o tudo, nada,
Entre o fato, possibilidade,
Desperta as dimensões corpo e alma,
Então, entre!

As dualidades do universo conspiram frequentemente em nossas vidas, temos sempre em mãos a possibilidade de escolha. Ainda bem!

A todo instante escolhemos, sim, todo instante e a qualquer momento, até quando decidimos fingir desconhecer, relevamos tal qual ou ignoramos certas situações, fizemos uma escolha, cada qual sabe e tem seus motivos para suas.

E por caminharmos observando ou não, o detrimento da sustentabilidade cobiçada e apregoada a todas as esferas, afunilo para a Nossa Cidade, Jundiaí, a escolha que ruge.

Trata-se do envolvimento de todos os conscientes de suas necessidades e das necessidades das gerações que ainda estão por vir, em planejar e arquitetar o desenvolvimento saudável e equilibrado, exterminando de vez com o dualismo egocêntrico e irracional.

Trazendo para a atualidade e despoetizando o sentido do escrito, digo que independentemente da forma de escolher, temos que prestigiar o “momento escolha” participando.

Este ano o município tem a incumbência de revisar o Plano Diretor, lei de diretrizes de uso e ocupação do solo. Foi feita uma pré consulta (rápida) via web, a título de conhecimento da opinião pública sobre as mudanças, mas totalmente insuficiente para finalizar e traçar a rota do crescimento e desenvolvimento de um município, com tantos atributos, como o de Jundiaí.

Tendo esta noção sumária, a ONG Voto Consciente, que atua na examinação do poder legislativo do município, iniciou uma campanha virtual em seu site e real nas ruas do calçadão do centro, resultando em abaixo-assinado o pleito por audiências públicas e disponibilidade das propostas feridas. http://www.votoconsciente-jundiai.blogspot.com/

Esta junção de escolhas feitas por todos que participaram, reverteu cenários e fez cumpri lei federal, induzindo a regulamentação de lei municipal, em respeito à democracia e cidadania.

Hoje, pauta de jornais da cidade, as audiências públicas tornaram-se lei municipal e precisam de nossas escolhas (atitudes) para materializar, atos.

Outra ferramenta de participação, que não atribula nossas recheadas agendas, é a integração ao portal cidade democrática, onde conhecemos propostas e problemas da cidade e podemos teclar, registrando nossa opinião e assim, fazendo nossas escolhas. http://www.cidadedemocratica.com.br/

Há também escolhas que podemos fazer presentes. No município, o COMDEMA – Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, reuni-se na Prefeitura, todas as segundas quartas-feiras dos meses e possui um blog, para interagir com nossas escolhas. http://www.comdemajundiai.blogspot.com/

E por fim, temos também o CONSELHO GESTOR DO TERRITÓRIO DA SERRA DO JAPI – que faz reuniões para tratar da preservação do nosso Maior Patrimônio, o Japi, todas as terceiras quartas-feiras dos meses.

O envolvimento é necessário para o desenvolvimento. Todos somos parte do meio, ambiente, plenamente.

E é aqui o ventre de nossas vidas, famílias e raízes.

10 janeiro 2010

Bons fluidos

Em meio á turbulência, forças vitais e reais,

Retiro-me na quietude e resgato a plenitude,
E em prece, desejo hoje e sempre,
Aos meus e aos seus,


Dias reluzentes, mesmo que o céu esteja plúmbeo,
Solo firme, mesmo quando escorregadio,
Semeadura fraterna, mesmo em tempos de desesperos, desavenças, desmoronamentos,
Ventos guias, mesmo quando fortes e tempestuosos,
Muita água cristalina para se banhar, beber, regar corpo, alma e sementes,
Labaredas flambando a aura, consumindo vibrações inúteis e transformando-as em cinzas,
Explosão da energia vital e útil em chamas da essência que alimenta a alma e acalenta o coração,
Pensamentos em sonhos, sonhos em realizações,
Caminhos com flores, cores, sabores e aromas,
Olhar atento,
Ouvidos despertos,
Simplesmente, simples e feliz com muitos assobios de blues,
Batucadas de samba,
Ritmando a pulsação,
Coração a milhão,
Confortavelmente entorpecidos,
Em quedas d’águas relaxantes,
E pedaladas alucinantes,
Muito, muito AMOR incondicional, amparando e inspirando,
PAZ ETERNA!!!
Vida longa, vida loca!!!