Eco Ação

Em seu extenso territórrio, o Japi é considerado Santuário – Patrimônio, possui protocolos legais de preservação em todas as esferas, desde os municipais (municípios que o Japi se insere – Jundiaí, Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar), estadual (APA Cajamar, Cabreúva e Jundiaí, e CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), federal (Mata Atlântica, Sistema de Unidades de Conservação e Área de Preservação Permanente) e internacional (Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da cidade de São Paulo).
Sua importância sublime foi referendada com esse ato internacional da ONU, decretando-a patrimônio da humanidade.
Mesmo com todas estas designações, infelizmente a luta para manter o Japi VIVO é árdua com entraves e enclaves, que objetiva a continuidade dos serviços ambientais fornecidos à coletividade não somente no presente, mas para as futuras gerações que ainda estão por vir.
Algumas ações contribuem para este ideal, como as pesquisas científicas, educação ambiental em todas as vertentes, políticas de desenvolvimento sustentável, gestão aplicada, monitoramento ambiental, plano de manejo, entre outras que podemos e devemos fazer, ou exigir dos poderes públicos.
Não podemos mais permitir o flagelo ao Japi! As atividades humanas – ações antrópicas, que interferem e impactam o meio, devem cessar, serem denunciadas e renunciadas.
Atentemos para estas ações; desvios e intervenções de cursos d’água, edificações irregulares, parcelamento do solo, uso das estradas para atividades altamente degradáveis, abandono de animais domésticos, despejos de entulho e lixo, prática de caça, prática de cultos religiosos, ateamento de fogo, desmatamento, atividades com grau intenso de som e outras.

DENUNCIE !! O JAPI AGRADECE E AS FUTURAS GERAÇÕES TAMBÉM!!




10 julho 2013

Cara, Coroa e as dimensões.

Esses dias têm sido dias de lutas e protestos coletivos, estendidos nas avenidas, cidades, rodovias.  Sem fronteiras, limites físicos e virtuais, causa específica. Com máscaras, cartazes, vozes!
Iniciou-se por conta de R$ 0,20, aumento da tarifa do transporte coletivo, e passou a ter uma significância de maior representatividade e valoração dos direitos da coletividade, do contribuinte, do cidadão, do ir e vir.
E entre as duas faces da moeda, surgiram inúmeras outras na sinergia histórica popular.
Estas outras vociferavam em um ritmo orquestrado, um apelo para mudanças.
Mudanças nas políticas públicas, nas estruturas e diretrizes, no “Ser”, onde individualmente possa-se mudar para aprimorar o dever de cada dia, mas que no dia a dia da vida, estejam contemplados os diretos e o bem comum dos “Seres”.
E no auge do exercício da cidadania participativa, fora apresentada esses dias, aos munícipes de Jundiaí, a cara do “Programa de Metas 2013 -2016”.
O outro lado aqui, em caráter de mudança, faz um cartaz com algumas sugestões sócio-ambientais-culturais, que transversaliza a temática em toda e qualquer meta.
- Resgatar o ensino da cultura popular de campo, é preservar o rural;
- Serra do Japi mais que patrimônio, museu ao ar livre e mutante;
- Desapropriar a REBIO (Reserva Biológica) legal, moral é ampliar áreas da REBIO;
- Agentes de segurança pública necessário tão quanto treinamento;
- Geometria ideal: Desenhar o urbano e rural, esquadrinhando a APA Jundiaí – Cabreúva;
- Impermeabilização do solo, significa enchentes, e lençóis freáticos inexistentes;
- Remanejar da gaveta pra REBIO, o plano de manejo;
- Aumento de empresas avaliar, de imediato reverter lucros das já instaladas no município em ações sócio-ambientais-culturais; e,
- Antídoto já contra a especulação imobiliária, revisando a Lei de Gestão do Japi (Lei Complementar 417/2004).




05 junho 2013

Inteiro Ambiente

O “Meio” ambiente, não se refere à metade, e sim ao todo, ao conjunto das condições biológicas, físicas e químicas nas quais os seres vivos se desenvolvem, também, as circunstâncias culturais, econômicas e sociais do indivíduo.

É inteiro, é completo, é complexo, representa tudo e todos.

Hoje, dia 05 de junho, é considerado o dia mundial do meio ambiente. Data que surgiu em 1972, na conferência da ONU em Estocolmo, Suécia, quando a sociedade científica detectou que o modelo de desenvolvimento traçado na revolução industrial, em grande escala e com fluxo ascendente, acarretaria graves impactos ambientais ao planeta Terra.

A poluição atmosférica alardeada na ocasião, através da produção de gases, em especial o gás carbônico, tem sido o grande vilão do aquecimento global, e consequentemente das mudanças climáticas, vivenciadas hoje através de catástrofes naturais.

Como se não bastassem, ar sendo envenenado, há outras poluições no meio em que vivemos; hídrica: rios e nascentes contaminados; solo: elementos químicos prejudiciais e resíduos sólidos; poluição sonora: níveis que superam os considerados normais para os seres humanos; poluição visual: excesso de elementos ligados à comunicação; e, poluição luminosa: excesso de luz artificial.

Há tempos e por muito tempo, pensava-se que o meio ambiente era uma fonte inesgotável de recursos, e que toda ação de aproveitamento da natureza fosse infinita.

Hoje é sabido que os recursos naturais são finitos e com o aumento da poluição, em escala mundial, surgi dados alarmantes de levantamentos acadêmicos para reflexão, só não sei se em tempo:

- Por ano a ação humana produz na atmosfera 27 bilhões de gás carbônico, esse volume corresponde a uma montanha de gás de 1 km de altura por 1 km de extensão;

- Por ano é extinto 70 a 100 mil espécies de seres vivos;

- Em um ano de consumo, nestas condições sistêmicas, o planeta necessita de um ano e meio para regenerar-se.

Que nesta data querida, mundialmente celebrada, que localmente e individualmente, possamos seguir o conceito dos R’s:

Respeitar a todos os seres vivos;
Rejeitar este consumo desenfreado e destrutivo;
Repensar em atitudes em prol do meio ambiente;
Reusar e Reutilizar materiais em condições; e,
Reciclar tudo que for possível, inclusive idéias.



Fonte das informações científicas: Anotação pessoal da palestra apresentada pelo teólogo Leonardo Boff, em 21 de maio de 2013, em Jundiaí.

22 maio 2013

Uma porção de Mata: Atlântica

Nos perímetros de Jundicity respira-se ares de mata, Mata Atlântica, a floresta com a maior biodiversidade mundial.
Nos mesmos perímetros, rural, resguarda-se uma porção desta floresta, fragmento florestal que pertence ao que restou deste bioma.
No lado sudoeste da cidade, a Serra do Japi é o local da mostra ao ar livre deste exemplar verde atlântico.
Seus medianos morros aplainados são recobertos por fragmentos florestais nativos, caracterizados como clímaces, o que significa que a vegetação atingiu um estágio estável, resultado do processo de conservação de aproximadamente 65 anos.
Este tempo de regeneração da floresta só foi concedido por que: o solo do Japi é pobre, dificultando agricultura local; a topografia é íngreme e irregular, incompatível para pecuária; e, culturalmente morar no meio do mato, em certa época da história, não era façanha apreciada, como hoje.
Graças às defesas naturais do Japi, e a cultura de certa época, a floresta Atlântica daqui renasceu após a 2ª Guerra Mundial, conseguindo em sua maior porção, regenerar-se e manter-se em pé, se auto-sustentando até os dias de hoje.
Lógico que nesses vãos de possibilidades de conquista/exploração, surgiram mineradoras, silviculturas, ocupação demográfica, urbanização e todos os malefícios que o homem carrega consigo, quando demasiadamente exerce e excede o egocentrismo.
Ter estes fragmentos conservados é o maior indicador físico da necessidade de preservação, constantemente anunciada pela comunidade científica que pesquisa o Japi, devendo ser compromisso de todos; poder público e comunidade, em atuação conjunta.
A leitura sobre este bioma no site www.sosmataatlantica.org.br, traz um profundo desgosto ao saber que originalmente a Mata Atlântica abrangia uma área equivalente a 1.315.460 km², estendendo-se ao longo de 17 Estados, e hoje, restou somente 11% desta floresta, mas, que ainda abriga uma exuberante e rica flora e fauna.
E por conta desta riqueza, é de alegra-se que sua importância sublime fez com que a UNESCO a referendasse mundialmente como Reserva da Biosfera.
Na esfera Nacional é considerada Patrimônio, e o seu dia é 27 de maio, data alusiva de comemor(ações).
Nesta data, é importante reflexões das missões/ AÇÕES de resguardar a Mata Atlântica, a Serra do Japi, dentro de um sistema de gestão de políticas públicas.
O poder público com a incumbência de garantir instrumentos para preservar áreas da Serra do Japi, santuário da Mata Atlântica e, a iniciativa privada de gerir suas áreas em prol de preservar estas Matas.
E juntos, todos cobrar estas ações, para que em alto e bom som, faça-se jus as estrofes:
“Gigante pela própria natureza...”;
“Teus risonhos, lindos campos têm mais flores”;
"Nossos bosques têm mais vida..."

10 maio 2013

MMM - MiNhA MãE MaLu


Mãe
Em um ato de arrancar-me de teu corpo, rompeu-se um elo para iniciar-se outro.
Eu chorei e não me lembro.
Este outro me aproximara conscientemente de ti e estampava tua alma em minha alma desnuda, recém-nascida.
E incorporando e tomando corpo, customizei valores do universo feminino, gênero definido, mas aberta para o mundo do novo que você me ensinava.
A cada dia sentia o sentido da essência do amor incondicional, onde creio que somente na maternidade aprende-se, e enlaça a filha.
Sei que sem querer, tu projetaste em mim teus sonhos, e sem querer também, não sonhei estes.
Talvez, em alguns dos meus, haja familiaridade com os seus, outros surgiram a partir de escolhas de ambas, pois desde sempre pra mim, tu existiu intimamente em meu mundo.
São nossos sonhos!
Você comigo & eu contigo dia após dia, entre cenas e cenários, protagonizando a história real no plural, nossa história.
Que no contexto ficou exposta a fragilidade da mulher, do humano, do ser.
Fragilidade esta vivenciada em minha pele também, onde algumas vezes sem entender, e até mesmo ficando irritada, acabava não te alcançando, e ao acordar e te alcançar, me via em teu colo, sendo resgatada do sombrio em apenas um ato de teu afago.
Respirava calma e inspirava aconchego, e de ti vinha todo amor pra recomeçar.
E nesse labirinto intrincado e intrigante, sustentamo-nos na memória viva do líquido uterino, compreendendo que neste mundão, entre tantos outros e entre o tempo que separa, estamos juntas, no tempo que nos une.
Eu aqui e você ai, eu aqui, talvez, a mercê de reproduzir parte da nossa história ou inovar totalmente, quem sabe? Mas com você na mira do espelho, para me espelhar e confabular com uma nova geração.
E você ai, vibrando emoções, torcendo com fé e tecendo com gosto.
Enquanto o novelo desenrola, mais uma vez, em uma mesma data, estamos juntas. E por mais que tente escrever em prosas, versos o quanto meu sentimento por ti transborda, borbulha e infla, ainda não consigo concluir esta façanha nas linhas ou nas entrelinhas.
E, se amar é o superlativo do sentir ao extremo, te amo, elevado á algum algarismo indefinido no infinito.
Expoente e expondo-me, repito o jargão: “Como é grande meu amor por você!”
Querer tê-la pra sempre comigo, querer que você esteja sempre bem, com saúde, alegria, esperança e sorriso no rosto, é o meu mais profundo desejo dentre o raso do meu alcance.
Somos unidade, lar, família.
Obrigada por ser minha mãe!
Felicidades hoje e sempre!
Com amor eterno, meu eterno amor!


P R P
Filha de Malu Polli

 



29 abril 2013

Abriu Abril


Abriu-se o mês, e Abril foi recheado com datas-brindes.
Abriu-se e findando a primeira quinzena, no marco dia 15, foi o dia do ciclista.
E ser ciclista é pra todos; é prazeroso; é o abrir-se para a vida em equilíbrio sobre duas rodas; é a harmonia com espaço e tempo; é sentir o vento; basta abrir-se para o desafio e partir em um movimento cíclico da curtição de um pedal.
Seus benefícios são infindáveis! Como mensurar prazer, sentimentos, sensações? Não há fórmula ou receita, só abrindo, abrindo-se, vivendo e sentindo.
Mas, são abertos e sabidos os benefícios para a saúde física e mental da prática de um pedal!! Ops... de vários pedais!!
Sem contar, que abri-se a janela dos parâmetros ambientais de redução de emissões de poluentes e melhorias dos impactos nas pegadas individuais de cada qual que adere à bike como sistema de mobilidade.
No mesmo dia, abriu-se através de ato legal, o dia Nacional de Conservação do solo, para que se abra reflexões da importância e da degradação deste recurso natural.
- Sob os pés, nu ou forrageado, pedregoso ou afofado, arenoso ou argiloso, amarelo ou avermelhado, matéria-prima de tudo que nasce e respira, produto final do magma, das rochas, dos minerais, metamorfismo e intemperismo de milhões de anos atrás, 3.000 anos igual a 30 cm de chão a formar, tem-se muito a abrir e plantar.
Dia 19, dia do índio! De um povo que abriu muitas trilhas neste país, que já foi a grande massa e hoje estima-se que há 817 mil índios, o que corresponde somente cerca de 0,4% da população, segundo dados abertos do Censo 2010.
Dia 22, dia do planeta Terra. Este planeta azulzinho que tem aproximadamente, 5 bilhões de anos, passou por vários abril: eras glaciais, terremotos, maremotos e todo tipo de intemperismo; e hoje, ekos de todos os seres vivos, abertos ou não em suas faculdades mentais, precisa que a única espécie capaz de destruir sua própria casa, pare e pense rápido em como romper a engrenagem sistêmica e desequilibrada de mortificar os recursos naturais que o planeta abre, essenciais para a vida, que em sua maioria não são renováveis.
E por fim, sem intenções vaidosas, mas como marco para minha Mãe e para meu Pai, dia 25, nosso dia, dia em que eu abri a janela deste planeta e aqui estou aprendendo a ser ciclista, a cultivar a terra, a pisar com respeito no solo, a conhecer as etnias, as culturas e a diversidade, a ser uma e mais uma, somatizando e comemorando alguns abril.

21 março 2013

Hora água, hora planeta


Confesso que compor este, com o mesmo tema ano após ano, exigiu mais que estímulo de alguém que gosta de escrever.
Exigiu reflexão e um detalhado pesar, pesando e pensando que água = ou + vida, ainda que tenha um dia específico de comemoração no globo, talvez seu valor, sua importância, não sejam devidamente admitidos individualmente e coletivamente.
Não se trata de ceticismo, pessimismo, facciosismo e nem qualquer outro ismo.
Os sufixos usados são junções fato indignação por cada vez mais ver: solos impermeabilizados, matas ciliares arrancadas, rios poluídos, canalizados e tamponados, nascentes aterradas.
Vizinhos com vassouras hidráulicas, vazamentos gotejando descasos, esgoto in natura boiando em corpos d’água, lixos jogados a revelia.
Este cenário é visto da janela de quem quiser observar, é visto nas cidades, é visto em Jundiaí.
Navegando fluvialmente na bacia hidrográfica de Jundiaí, o maior Rio da cidade que carrega em suas águas, além do mesmo nome do município, altas cargas da ignorância: poluição; é classificado no pior estágio de degradação dos corpos d’água, conforme leis ambientais. Nasce limpidamente na Serra dos Cristais e deságua suplício no Rio Tietê, na cidade de Salto.
Remando em um de seus afluentes, o Rio Jundiaí-Mirim, este merece um mergulho profundo, pois é manancial de abastecimento público, sendo represado em um parque. Nasce em Jarinu, município lindeiro e tem o mais alto nível de padrão de qualidade de águas, entretanto especialistas já alardearam sobre a dificuldade de manutenção da preservação das boas características deste, com os crescentes índices populacionais e áreas agricultáveis.
Nadando contra a correnteza, o Rio Guapeva, outro afluente do Rio Jundiaí, tem seu leito totalmente retificado e canalizado, e suas águas vindas da face sul da Serra do Japi, sofrem poluições e intervenções, consequentemente perdendo qualidade e reduzindo volume.
Descendo de acqua-ride o córrego do mato, que em seu nome trás a alusão, de que certo dia existiu mata ciliar em suas margens, foi mexido, remexido em razão de obras públicas com o propósito de evitar “alagamentos” na avenida, exterminando a comunidade aquática que ali vivia.
Velejando em águas cristalinas, mananciais de bairros do município; córrego do Moisés, ribeirão Padre Simplício e ribeirão Caxambu; estas águas são vertidas das nascentes do Japi, vetor oeste, e não há bons ventos soprando-as, pois a pressão de uso e ocupação nessa região, e a crescente demanda, prenunciam escassez.
E por fim, sem afogamentos, temos a responsabilidade de cuidar do Rio Capivari, manancial de municípios vizinhos (Louveira, Valinhos e outros jusantes), rio que nasce no Norte da cidade e, muitas vezes, vi crimes ambientais sendo depositados, através de bota fora de entulhos, intervenções horripilantes em áreas de preservação permanente.
Triste é a constatação: para curtir qualquer esporte aquático mencionado neste texto, não temos nenhum rio na cidade e, que cuidemos para continuar ter água nas torneiras, não só para o hoje, ou o amanhã imediato, mas sim para as futuras gerações que estão por vir.
Dia 22 de março, dia mundial da água, dia de esgotarmos as possibilidades de rever nossos rios vivos, drenando qualidade e abundância.
Feche as torneiras, não a mente!
Dia 23 de março, dia mundial de apagar as luzes por 60 minutos e participar da campanha da ONG WWF “Hora do Planeta”.http://www.wwf.org.br/participe/horadoplaneta/hp2013/
Apague as luzes, não as idéias!

07 março 2013

Figuras Femininas


Hoje, é mais evidente o nectário liberado na atmosfera; fragrâncias Mulher!
Paira sobre o ar, uma coloração tom primário: vermelho; derivação cor-de-rosa choque, mas sem exceção, furta-cor.
E em formatação científica-metafórica, oferenda de Feminino pra Mulher, eis magnoliófitas com crescimento monopodial, brotando racemos, cujas brácteas corpulentas envolvem inflorescência; sépalas no verticilo mais externo, com pétalas desabrochando em cálice, antese.
Agora, em linguagem coloquial, regalo de Serra do Japi pra Mulheres: orquídeas com crescimento vertical, florescendo em cachos, cujas folhas protegem flor; folíolos na estrutura reprodutiva externa, com as pétalas formando conjunto de botões que ofertam néctar.
Mulheres! Meninas! O Japi presenteia-nos com 125 espécies de orquídeas em seu território, as quais 44 são pouco comuns, 24 são raras e 18, muito raras.
Estas informações estão em um dos capítulos do livro Novos Olhares, Novos Saberes sobre a Serra do Japi: Ecos de sua Biodiversidade, do autor Dr. Emerson R. Pansarin.
Neste capítulo, minuciosamente é narrado a delicadeza e volúpia dessas flores.
A sutileza do formato, do crescimento, da reprodução, do florir com o atrevimento do processo reprodutivo e seus polinizadores, romantizam mais esta planta, símbolo do exótico; no sentido de suas extremas belezas e extravagâncias, mas totalmente nativas de origem neotropical.
“Na construção floral das orquídeas há variação em detalhes estruturais, na forma e tamanho dos componentes básicos, levando ao surgimento de estruturas muito complexa. Os grãos de pólen, chamados de polínia são extremidades adesivas que fixam o polinizador, formando o polinário. O ovário das orquídeas é ínfero (situa-se abaixo do ponto de inserção das pétalas e sépalas) e pode produzir até centenas de milhares de óvulos, formando um embrião, desenvolvendo a semente e uma camada unicelular. Um único fruto da orquídea pode conter centenas de milhares de sementes que são leves e dispersas pelo vento, caindo em locais apropriados, onde ocorre a endomicorriza (associação simbiótica entre uma espécie de fungo e a semente da orquídea), o embrião é nutrido com carboidratos e minerais”.
Qualquer semelhança na história, não é mera coincidência, é próprio do feminino; colher, acolher e desabrochar, originando vidas.
E transbordando aromas, cores e sabores a todas as Mulheres de Minha Vida; a todas as Mulheres Ativistas; a todas as Mulheres Mulher, tomo em um jardim figurado a figura de uma espécie de orquídea encontrada muito raramente na Serra do Japi, a Ionopsis utricularioides, e a dedico.
 

E em retribuição a aquela que nos contempla com flores exuberantes, convido nós Mulheres, Mães, Filhas, Amigas, a propagarmos a importância de preservar este orquidário natural, que conjuntamente conosco, é referendada hoje, por completar 30 anos, o primeiro ato legal de preservação -- tombamento de um polígono perimetral, que através de estudos do saudoso e genial Dr. Aziz Nacib Ab’Saber, induziu a inalar a fragrância do floral, do amadeirado, do aquático, do efêmero e atemporal das vidas que ali exalam pulsar.
Parabéns a figura feminina que a Serra do Japi representa através de sua silhueta acolhedora de todas as formas de vida.
Parabéns a nós mulheres por mantermo-nos em pé, diante das montanhas...

13 fevereiro 2013

Trekking ANDO o Carnaval, pulando em histórias e sambando nas trilhas.


Neste feriado extenso, decidi encarar um trekking que há tempos cobiçava. Já sabia do esforço físico dispensado; pulmões, pernas e coração a milhão; do conforto zero, dos improvisos no caminho, da mala reduzida ao estritamente necessário, porém pesada, vaidade ....? de lado total, entretanto de alma atenta e olhar desperto para admirar lugares lindos, que no caso deste texto, as palavras desta que escreve, se afasia, pelo simples fato do desconhecimento da linguagem, adjetivos retrátil que expressem a singularidade pura e bela desta reserva, a qual literalmente sambei nas trilhas, oras úmidas e encharcadas por conta de abundância de água de seus vertedouros.

Nestas andanças, também não há como não pular na história do lugar e saltar dentro do nicho que compõe o todo, o individuo, a essência.
E lá, a cada minuto, a cada olhar, em todo canto, o novo; convergir em reflexão de idéias, admiração, aprendizado, fomentando emoções.

E assim se deu, quando trekking ando o Carnaval, pulando em histórias e sambando nas trilhas, conheci os enredos, entrechos de histórias reais, que podem até compor peças e/ou romances da vida como ela é, nos confins.

E a vida simples, singela e de respeito a todos os seres por simplesmente ser, encanta e agrega os cuidados para a alma.

Estou falando dos nativos destes cantos, que ali e dali sustentam a si, somente com o necessário, sabem preservar a natureza, pois dela extraem subsistência, respeitam todas as formas de vida e da labuta diária vivem o contato direto da artimanha do simples, compondo o enredo verídico do lugar.

Aqui no Japi, um lugar lindo tal qual, mas diferente, também têm esses figuras, contadores de histórias, mateiros, pessoas simples, que conhece bem os três profundos vales desta Serra.
Moram desde a maternidade, cresceram vivenciando as fases no Japi, testemunhando transformações, e hoje com famílias estruturadas, dando continuidade, desempenham funções ora de caseiros, ora de trabalhadores no centro da cidade.

Estes com um acervo de conhecimentos da floresta local não formatado em páginas ou registrados em livros, merecem afetuosamente admiração e respeito, principalmente pela história raiz.

Abordo o tema para profunda reflexão, pois na revisão da lei de gestão da Serra do Japi, não basta o ambiental, o social deve ser visto e analisado, por que no território não há só proprietários abastados, há comunidades que necessitam de um aparato da gestão pública para preservar o nicho e manter história; e quando há demanda para conhecer o local, não existem monitores melhores que os nativos, que contam causos e casos.

Um olhar humano e sensível é o radical da equação: conhecer para preservar!

20 janeiro 2013

Manchetes: "Água"

Bem verdade é tal dito: “o jornal de hoje é embrulho amanhã”!

As páginas mono com alguns coloridos são avistadas diferentemente por seus leitores, entretanto com o único destino final.

Manchetes, matérias, releases, fotos e fatos, todos os registros deveriam eternizar, mas são momentos do dia da edição, e pouco ou somente a quem possa interessar, guardam tais, talvez na memória ou em uma caixa qualquer.

Eu, como já escrevi algumas vezes para os jornais local, tenho algumas páginas de edições anteriores guardadas, em uma pasta verde.

Arrumando as gavetas por esses dias, deparei-me com a pasta e comecei a re(viver)ler as opiniões impressas, que oras ali, por impulsão ou não, desempenhei sem qualquer pretensão, o papel de formadora de opinião.

Um texto que escrevi e que sempre bati na tecla sobre a questão, quando discutido o assunto da água no município, é o tão propagado “conforto hídrico” de Jundiaí.

Como profissional da área, ambientalista e cidadã interessada na manutenção da qualidade de vida de Jundiaí, bem sei que esta propaganda muito feita, às vezes nas mesmas páginas mono com alguns coloridos, datadas e impressas, de que falamos anteriormente, é ilusão (idi)ótica, pois não precisa ser expert no assunto para entender a matemática pura de que crescimento populacional versus aumento do consumo de água resulta em déficit futuro do uso do recurso hídrico.

O texto dizia mais ou menos isso, além de chamar a atenção para nossa represa, que armazena uma alíquota de água do nosso manancial, que na época estava com seu nível baixo, baixíssimo, e escombros de demolições as vistas.

O tempo passou, as chuvas vieram, inclusive as de março e, estranhamente em alguns anos até em junho e julho, época seca. Também, creio eu, que os escombros permanecem no fundo da represa e o assunto água continuou ser divulgado, iludindo a comunidade com o espelho d’água que temos.

Eis que em um dia qualquer recente, eu web-leitora dos jornais local, me surpreendo com uma declaração da secretária de planejamento e meio ambiente, Daniela, não gravei seu sobrenome ainda, sobre a fragilidade da questão hídrica em nosso município.

Realmente, é um novo começo de era...e tomara que seja de gentes finas, elegantes e sinceras!!!

Verdade seja dita: Jundiaí pertence a uma bacia hidrográfica (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) com um dos maiores déficit de disponibilidade hídrica versus consumo/ habitante. Ainda, possui uma outorga de autorização de captação de água do rio Atibaia; detalhe: ainda; pois este rio é formador de reservas hídricas para o sistema Cantareira, que abastece 52% da região metropolitana de São Paulo.

Também, com a toada de crescimento demográfica que a cidade incorporou nesses últimos anos, o aumento extra, da curva populacional natural padrão da cidade, é muito maior e considerável, para a garantia de água nas torneiras.

E, infelizmente, nossos rios estão sendo poluídos ou são poluídos.

A questão é crítica mesmo, requer seriedade nas tomadas de decisões e um raio X detalhado.

Enquanto isso, façamos cada qual a sua, sendo racionais com o uso da água, lembrando atentamente que a “torneira” aberta desnecessariamente, esvazia, esgota, esvaia o precioso diamante líquido da vida.