Mãe
Em um ato de arrancar-me de teu corpo, rompeu-se um elo para
iniciar-se outro.
Eu chorei e não me lembro.
Este outro me aproximara conscientemente de ti e estampava tua
alma em minha alma desnuda, recém-nascida.
E incorporando e tomando corpo, customizei valores do
universo feminino, gênero definido, mas aberta para o mundo do novo que você me
ensinava.
A cada dia sentia o sentido da essência do amor
incondicional, onde creio que somente na maternidade aprende-se, e enlaça a
filha.
Sei que sem querer, tu projetaste em mim teus sonhos, e sem
querer também, não sonhei estes.
Talvez, em alguns dos meus, haja familiaridade com os seus,
outros surgiram a partir de escolhas de ambas, pois desde sempre pra mim, tu
existiu intimamente em meu mundo.
São nossos sonhos!
Você comigo & eu contigo dia após dia, entre cenas e
cenários, protagonizando a história real no plural, nossa história.
Que no contexto ficou exposta a fragilidade da mulher, do
humano, do ser.
Fragilidade esta vivenciada em minha pele também, onde
algumas vezes sem entender, e até mesmo ficando irritada, acabava não te
alcançando, e ao acordar e te alcançar, me via em teu colo, sendo resgatada do
sombrio em apenas um ato de teu afago.
Respirava calma e inspirava aconchego, e de ti vinha todo
amor pra recomeçar.
E nesse labirinto intrincado e intrigante, sustentamo-nos na
memória viva do líquido uterino, compreendendo que neste mundão, entre tantos
outros e entre o tempo que separa, estamos juntas, no tempo que nos une.
Eu aqui e você ai, eu aqui, talvez, a mercê de reproduzir
parte da nossa história ou inovar totalmente, quem sabe? Mas com você na mira
do espelho, para me espelhar e confabular com uma nova geração.
E você ai, vibrando emoções, torcendo com fé e tecendo com
gosto.
Enquanto o novelo desenrola, mais uma vez, em uma mesma
data, estamos juntas. E por mais que tente escrever em prosas, versos o quanto
meu sentimento por ti transborda, borbulha e infla, ainda não consigo concluir
esta façanha nas linhas ou nas entrelinhas.
E, se amar é o superlativo do sentir ao extremo, te amo,
elevado á algum algarismo indefinido no infinito.
Expoente e expondo-me, repito o jargão: “Como é grande meu
amor por você!”
Querer tê-la pra sempre comigo, querer que você esteja
sempre bem, com saúde, alegria, esperança e sorriso no rosto, é o meu mais
profundo desejo dentre o raso do meu alcance.
Somos unidade, lar, família.
Obrigada por ser minha mãe!
Felicidades hoje e sempre!
Com amor eterno, meu eterno amor!
P R P
Filha de Malu Polli
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