Neste feriado extenso, decidi encarar um trekking que há
tempos cobiçava. Já sabia do esforço físico dispensado; pulmões, pernas e
coração a milhão; do conforto zero, dos improvisos no caminho, da mala reduzida
ao estritamente necessário, porém pesada, vaidade ....? de lado total, entretanto
de alma atenta e olhar desperto para admirar lugares lindos, que no caso deste
texto, as palavras desta que escreve, se afasia, pelo simples fato do desconhecimento
da linguagem, adjetivos retrátil que expressem a singularidade pura e bela
desta reserva, a qual literalmente sambei nas trilhas, oras úmidas e
encharcadas por conta de abundância de água de seus vertedouros.
Nestas andanças, também não há como não pular na história do
lugar e saltar dentro do nicho que compõe o todo, o individuo, a essência.
E lá, a cada minuto, a cada olhar, em todo canto, o novo;
convergir em reflexão de idéias, admiração, aprendizado, fomentando emoções.
E assim se deu, quando trekking ando o Carnaval, pulando em
histórias e sambando nas trilhas, conheci os enredos, entrechos de histórias
reais, que podem até compor peças e/ou romances da vida como ela é, nos
confins.
E a vida simples, singela e de respeito a todos os seres por
simplesmente ser, encanta e agrega os cuidados para a alma.
Estou falando dos nativos destes cantos, que ali e dali sustentam
a si, somente com o necessário, sabem preservar a natureza, pois dela extraem
subsistência, respeitam todas as formas de vida e da labuta diária vivem o
contato direto da artimanha do simples, compondo o enredo verídico do lugar.
Aqui no Japi, um lugar lindo tal qual, mas diferente, também
têm esses figuras, contadores de histórias, mateiros, pessoas simples, que
conhece bem os três profundos vales desta Serra.
Moram desde a maternidade, cresceram vivenciando as fases no
Japi, testemunhando transformações, e hoje com famílias estruturadas, dando
continuidade, desempenham funções ora de caseiros, ora de trabalhadores no
centro da cidade.
Estes com um acervo de conhecimentos da floresta local não
formatado em páginas ou registrados em livros, merecem afetuosamente admiração e
respeito, principalmente pela história raiz.
Abordo o tema para profunda reflexão, pois na revisão da lei
de gestão da Serra do Japi, não basta o ambiental, o social deve ser visto e
analisado, por que no território não há só proprietários abastados, há
comunidades que necessitam de um aparato da gestão pública para preservar o
nicho e manter história; e quando há demanda para conhecer o local, não existem
monitores melhores que os nativos, que contam causos e casos.
Um olhar humano e sensível é o radical da equação: conhecer
para preservar!
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