Não sou filiada a nenhum partido político, confesso que
também não me simpatizo com política partidária, mas sou apaixonada por
política pública, um tanto controverso, mas real.
Acredito em gestão participativa, democrática e cidadã!
Não acredito em pessoas com cargos e poderes absolutos!
Minto...
Sou filiada sim... pelo PSASJ – Parceiros Sócio-Ambientais
da Serra do Japi, sou simpatizante sim...pela Serra do Japi e aprecio os
serviços ambientais que Ela presta a comunidade local e regional.
Acredito na união dos genuinamente interessados em preservar
este patrimônio.
Não acredito que eu e mais outros (um grupo de seis ou meia
dúzia) possa ter êxito na preservação da integridade do Japi, sem o
envolvimento de todos que a admiram.
A defesa em prol da indefesa Serra de tão óbvia, parece que
está caindo no conto do vigário, virando estórias de carochinha e sendo absolutamente
empurrada com a barriga.
Explico o causo...
Menina dos olhos (de todos), a Serra do Japi, tem sido
flertada e é alvo certo de proprietários com instinto de investidores -- empreendedores,
e espírito de ...
Por conta deste romance platônico, foram adiados votos de
candura (preservação) e o compromisso que deveria ser assumido se perde nos
ventos alísios de sua brisa.
Haverá um estupro, um abuso, sem pudor!!
Chega de romance e poesia...
O que está acontecendo hoje nos bastidores da política
pública do município é a omissão descarada e descabida de evoluir a lei complementar
municipal nº 417 /2004 (lei que regulamenta os usos e ocupações no território
da Serra do Japi), um desejo ansiado pelos cidadãos jundiaienses.
Mas antes de qualquer argumento (contra fatos não há), vou
escrever a sinopse desta estória.
- Na transição do Conselho Gestor do Território da Serra do
Japi, julho de 2011, nova gestão 2011-2013, meados de julho/ agosto, foi dado uma missão de peso e responsabilidade; revisar a referida lei.
Neste trabalho, todos viram a oportunidade de tornar esta
lei à ferramenta necessária para uma gestão muito mais preservacionista.
Um trabalho minucioso de grandes gastos (energia, tempo,
neurônios) um exercício de democracia, paciência, tolerância com um grupo heterogêneo
que surgiu e arregaçou as mangas, pondo no papel as sugestões debatidas e
consensuais.
Como não bastasse a responsabilidade deste, foi concedido um
curto prazo, pois a intenção (falada, mas não cumprida) seria alterar esta lei no
final do ano letivo 2011.
O grupo abraçou a missão e durante 4 meses, 3 horas na
semana esta análise fluiu, contra o tempo que urgia.
Com os esforços mútuos conseguimos (corpo técnico da
secretaria de planejamento e meio ambiente, proprietários, representantes de
classes e entidades ambientalistas) esboçar um corpo de lei consistente,
evoluído e preservacionista. Sonho...meu, de tantos outros amantes da Serra e
arrisco dizer que até do próprio Japi.
Esta proposta foi fielmente apresentada, discutida e votada
nos Conselhos.
Ocorre que nestes conselhos, existem olheiros de ouvidos
atentos que desempenham a função de sondar quem fala e o que fala (não sei
como chama esta função, mas lamento tal papel subserviente), e rapidamente
articularam através de artimanhas políticas a paralisação do processo da
revisão.
Os representantes políticos anuíram o pleito, ano de
eleições, e cancelaram a audiência pública agendada com o argumento pífio que
nem todos os proprietários foram ouvidos.
Em tempo, duas propriedades, que representa 10% do território
da Serra, correram no balcão da prefeitura e protocolizaram pedidos de
diretrizes para que a lei atual, lei que permite loteamentos e condomínios, valesse
em suas ambições e pretensões.
Estranhamente, uma destas propriedades, tem
representatividade no COMDEMA, mas nunca manifestou qualquer opinião ou anseio.
A outra propriedade tem o deslumbre de viabilizar um hotel,
conjuntamente com um condomínio e campo de golfe.
E por conta destes nobres, a Serra do Japi fica a mercê!
Formalmente, os próximos acontecimentos são: convocação
destes proprietários para exporem ao Conselho Gestor da Serra suas
pretensões e um seminário sobre a Serra do Japi, realizado pela Prefeitura; pasmem, somente dia 10 de março de 2012.
Até lá, tantos outros pedidos, sabem lá quantos e como,
podem ser solicitados.
Portanto, Caros Parceiros Sócio-Ambientais da Serra do Japi
se a massa não tomar conhecimento dos riscos que o Japi corre, e nós não
hastearmos esta bandeira de preservação; não loteamentos, não condomínios, 80%
de preservação nas áreas de amortecimento (zona de conservação), a manutenção
da qualidade de vida de todos estará comprometida e o horizonte com faraônicos
empreendimentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário