Neste mês, março, além de celebrar mais um ano o primeiro referendo preservacionista da Serra do Japi, o tombamento, comemora- se o dia mundial da água e acontece a ação mundial: hora do planeta.
A leitura cronológica destes marcos ambientais instiga uma avaliação minuciosa. Há vinte e oito anos o tombamento poligonal do Japi sucedeu para disciplinar o uso e a ocupação do solo, há dezenove anos elaborou-se a declaração de dez direitos universal da água, para garantir a continuidade da vida, e mais recentemente, há 4 anos, articula-se o movimento contra o aquecimento global, afim de evitar um colapso mundial.
Estes eventos de suma importância são verdadeiros paradoxos, que a cada ano evolui contrapontos e insights dignos de reflexão.
Começo abordando o tombamento da Serra do Japi; Por que atividades altamente impactantes são desenvolvidas até hoje no frágil território? Quais ações mitigadoras, compensatórias e prevencionistas são desenvolvidas nas áreas que sofreram e/ou sofrem impactos ambientais? Como está a gestão participativa e aplicada?
Agora, outra diretiva não menos importante relacionada com a questão hídrica do município; Existe um plano de gerenciamento hídrico, compatibilizando os recursos disponíveis com o uso? Que controles existem quanto à poluição das águas, principalmente nas áreas rurais, onde é desenvolvida agropecuária ?
Quanto é a disponibilidade hídrica em Jundiaí considerando o aumento populacional? O que tem sido feito para preservar as nascentes nas áreas rurais e urbanas que ainda não foram enterradas? E, qual é a previsão para sanear os locais que ainda não possui saneamento básico?
Por fim, o movimento anti o aumento da temperatura do planeta; O município se integrou à lista das cidades participantes? Existem ações educacionais no município que fomentam a participação e divulgação do movimento? O que Jundiaí faz contra o aquecimento global?
Eu desconheço as respostas! E tenho uma interjeição, o dever verde azul está em vermelho no boletim estadual, como mostra a pontuação do selo municipal ambiental, o qual o município não conseguiu aprovação, re-certificação!
Penso que por termos uma Serra do Japi, que clama por longos anos a atenção e é inspiração para tantos, um “conforto hídrico” propagado, com as águas da bacia hidrográfica do Japi e do rio Jundiaí – Mirim e, por apregoar-se qualidade de vida aos munícipes, as questões acima deveriam estar bem elucidadas ou pelo menos rascunhadas, onde as resoluções pudessem ser passadas a limpo, do papel legal para a prática real, com transparência e de conhecimento público.
Uma gestão ambiental eficiente dá sólidos subsídios às ações, e podem ser estendidas em todos os atributos ambientais da cidade, conquistando notas azuis e pontuações verdes da comunidade.
Isto se resume em pensar globalmente e agir localmente, estreitar ações coletivas com individuais, na sinergia do bem comum e da continuidade da vida.
Mas, para a utopia virar fato, pois não cabem somente aos dirigentes políticos os feitos, a comunidade precisa interagir, integrar, exigir e fazer acontecer.
Portanto, mais uma pergunta que não posso deixar de digitar: Quem está preocupado com tudo isso?
“Deixe suas pegadas no Japi,
Mas não suas marcas impactantes,
Feche as torneiras,
Mas não os olhos,
Apague as luzes,
Mas não os ideais”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário