Tenho intensamente participado desta Gestão do Conselho do Território da Serra do Japi, comprimindo em meu dia-a-dia as inúmeras tarefas, para dispor um tempinho de dedicação.
Como já postei neste espaço, vivo esta pequena contribuição, como conselheira, fomentando um ato de cidadania e envolvimento com as questões ambientais, no que tange nosso precioso santuário: Japi.
Não é tarefa fácil abdicar de tempo para viver ideais, mas é prazeroso por demais vivenciar isso!!
Mensalmente reuno-me com o Grupo de Conselheiros, composto por diversos segmentos para aplicar a Gestão Ambiental no território Japi. Estas reuniões ocorrem todas as terceiras quartas-feiras dos meses, raras exceções quando postergada devido a algum feriado, como ocorreu este mês.
Além de ressaltar o convite a todos que se interessam pela questão, em participar, contribuir de alguma forma e dispor de tempo e idéias para enfim alinharmos a preservação desta relíquia, quero narrar de forma suscinta alguns acontecimentos e discussões do Conselho, instigando os apreciadores das montanhas amoldadas no horizonte.
Nesta última reunião, profissionais habilitados do corpo técnico da Fundação Florestal, órgão ligado a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, aceitaram nosso convite para explanar sobre a polêmica criação de um Parque Estadual na Serra do Japi.
As informações preciosas de cunho legal e técnico dispensadas, delinearam em atender as expectativas, não de equacionar um denominador comum neste momento, pois ainda muito se têm a discutir, mas reforçar a importância de planejar pro-ativamente e criteriosamente a continuidade da preservação da Serra do Japi, como patrimônio da biodiversidade, lá contida e retida por anos à fios.
Alguns pontos interessantes do contexto abordado, trago aqui no texto:
- Novo e moderno conceito de implementação de Unidade de Conservação, com a criação de MOSAÍCOS de Unidades: no município de Jundiaí já temos uma Reserva Biológica (Unidade de Conservação de Proteção Integral), somos uma APA Estadual (Unidade de Conservação de Uso Sustentável), assim poderíamos acrescer; um Parque (Estadual ou Intermunicipal – Unidade de Conservação de Proteção Integral) com a interligação de RPPN’s (Reserva Particular de Patrimônio Natural – Unidade de Conservação de Proteção Integral) em propriedades que há veemente interesse de seus respectivos proprietários, em preservar plenamente o pico;
- Plano de Manejo: há quase dois anos foi elaborado um criterioso Plano para a Rebio, porém ainda continua impresso somente nas inúmeras páginas do apresentável trabalho, sendo sua implementação imediata à partir das constatações descritas em seus programas, assim sendo, sua confecção de nada vale, se permanecer na gaveta de algum gabinete;
- Uma nova categoria de Unidade de Conservação: Monumento Natural que não demanda a desapropriação desde que haja compatibilidade do uso da propriedade em preservar.
- Parque Estadual (Unidade de Conservação de Proteção Integral): segundo os profissionais da Fundação Florestal, com toda a deficiência do Estado (e que deficiência!!), esta “categoria” é a que mais protege e preserva a biodiversidade e as áreas florestais no Estado; e por fim, a ratificação da importância do Japi para os municípios abrangidos e região;
- O Japi é considerado área prioritária de preservação pelo projeto Biota da FAPESP.
Estas discussões, muitas vezes acaloradas, vêem a calhar neste momento em que infelizmente o Japi encontra-se abandonado...