Sintetizo em + 365 dias, despertados com feixes de luz leste
na minha janela. Rotina cumprida, quase!
É que teve (e terá) dias de sobrevivência, dias de vivência
e dias de vida “plena”!
Dias de boas notícias, outros de acontecimentos tristes,
dias de cultuar e cativar, outros de pesar e pranto, mas todos experimentados e
tudo apreendido, e esse “quase” não faz diferença no saldo; assim completa-se o
ano, mais um!
Rotação e quase translação, e pra mim, retorno do único dos ofícios
que tenho e que me possibilita: vivenciar o silencio orquestrado das matas,
admirar todas as formas de vida, extrair a paz e refletir na subjeção dos
seres.
Rotação e quase translação, e pra mim, musicar pensamentos,
que poetizando tornam-se desejos, que traduzem-se em ideias, e finalmente, alguns
destes sonhos, materializaram.
Rotação e quase translação, e pra mim, ter saúde, praticar
saúde, consumir saúde, brindar saúde. Viva a saúde! Gozo de saúde e descobri
que pode-se ficar sem um tanto e mais um pouco de tudo, mas não sem saúde!
Rotação e quase translação, e pra mim, todo tipo de carinho,
mesmo os mais cibernéticos que recebi e dei, é o cativar alma, mente, coração,
é o doar-se sem cobrança e o receber sem esquecimento. Gratidão & gratidão!
Mais um verão e mais uma primavera, e pra mim, sentindo o
tempo passar, vendo meus amados Rauan & Raine crescerem literalmente em
tudo.
Mais um verão e mais uma primavera, e pra mim, sentindo o
tempo assoprar meus pais tão amados, e eu aspirando eles pra mais perto de mim.
Mais um verão e mais uma primavera, e pra mim, sentindo meu
irmão, meu amigo, minha cunhada, minha irmã.
Mais um verão e mais uma primavera, e pra mim, sentindo meus
amigos, alguns destes íntimos e de tão íntimos fazem minha família mais
completa.
E outro outono, mais uma primavera minha!
E outro outono, mais adubo à minha primavera!
E outro outono, descubro coleções de vícios da minha vida.
E outro outono, conheço o mistério das perdas, que não é
nenhum mistério, é arte.
Porque no inverno, sob o edredom, pensamentos quentes,
gentes quentes, vinho (não quente) e café (logicamente quente) dá preguiça de
deixar de viver.
Porque no verão, no seu auge, eu, latino-americana encerro
2014 e saúdo 2015 com meu saldo em aberto na busca do essencial, sempre!