Vista da cidade de Jundiaí no alto do Japi
Jacu, ave muita caçada no Japi
Os relicá(ctos) desta floresta
Borboleta - liberdade expressa
Vista da cidade de Jundiaí no alto do Japi
Jacu, ave muita caçada no Japi
Os relicá(ctos) desta floresta
Borboleta - liberdade expressa
É assim que encerro esta pequena fábula dos Nossos Sonhos e dos Sonhos dos bichos.
Aproveito este, para divulgar a ONG Associação Mata Ciliar, que carece de recursos e desempenha um lindíssimo e importante trabalho. Visitem e ajudem esta entidade comprometida com a vida.
O sol voltou a raiar e a temperatura subir, o céu tece azul em seu infinito e o ar seco predomina a atmosfera.
Esses dias têm sido assim, e as noites, abrilhantadas com a lua que em seu ciclo cresce, observem!
O nosso Japi é a zona de conforto da city, que arrebate temperaturas bruscas e efervescentes, pairadas neste árido ar.
Sua umidade natural e in loco refresca a sensação térmica de verão fora de época.
Visitar o Japi em busca destas impressões é pura emoção e a garantia de revelações.
Ao caminhar antenada aos leitos das trilhas e desfrutar do conforto térmico, percebo que esta estratégia: refugiar-se no ambiente ameno, é bastante costumeira da fauna.
Os insetos, e os animais em geral de sangue frio, em dias mais frios ou em locais frios, procuram a “zona de conforto”, locais com clareira, onde as manchas de sol e o calor os acalentam.
Esta exposição proposital ao astro sol, aquece-os, regulando a temperatura corporal.
Biologicamente esta regularização da temperatura corporal é um sistema conhecido como TERMORREGULAÇÃO, onde a manutenção térmica interna é bem vinda para ativar as atividades: vôos rasantes, caça sucedida, fuga veloz e todas as outras que compõem as estórias de interação da fauna e flora, verde e água.
E Nós, de sangue quente, latinos americanos, afugentamo-nos à sombra e água fresca da interação Serra e Paz, termorregulando nossa temperatura. Quando impossibilitados desta ida, transpiramos, perdendo o calor que nos consome.
As substâncias desta preciosa espécie curam e/ou amenizam as inflamações superficiais e dolorosas da pele, conhecida como erisipela, doença causada por bactérias e fungos.
A receita é muito simples: apanha-se folhas da Assa-peixe, em seguida lava-se bem as mesmas, após a lavagem, amassa-se com água morna e aplica-se sobre a pele, repetindo o ritual duas ou mais vezes ao dia, sem contra indicações e efeitos colaterais.
Ao avistar esta plantinha no meio, não imaginamos suas ações poderosas de “alívio já”! E quantas outras, que desconhecemos, trazem em seus DNAs o segredo do remediar.
A floresta contempla-nos a gosto, não só em Agosto, desde que a preservemos e em equilíbrio, exploremos os benefícios incontáveis e incalculáveis.
O fato é: o Japi e as demais florestas recuperam simplesmente o SER, restauram a alma, a mente, o corpo e o coração, basta o despertar para as alquimias.
Brindemos com chás que curam as azias, brindemos com chás que trazem alegria! Brindemos e bebamos!! Apareçam para um chá!!!
Aproveito aqui para homenagear Meu Querido Pai – Ademir Polli e agradecê-lo por SER, e existir em minha vida.
Meu Pai, minha referência, que hoje é muito mais meu amigo e muito mais que um amigo e ensinou-me a trilhar no caminho que sigo em paz, te amo Pai, obrigada, tenho imenso orgulho de nossa empreitada e um prazer enorme de chamá-lo: Pai.
É certo que neste ciclo muitos insetos estão em diapausa (permanecem imóveis e reduzem seus metabolismos), os mamíferos hibernam (entorpecem em um sono profundo), mas o tempo não para, a vida pulsa.
Os pilares de sustentação são as espécies conhecidas como “Pedras fundamentais” que mantém o ecossistema em seu ciclo, em um compasso desacelerado, mas vivaz e ativo.
Essas espécies se forem extintas, desestruturariam em cadeia nichos e nichos. São as Key Stones, chaves essenciais para esta fase: bons ventos, ventanias, frio e atipicamente chuvas.
A conjunção das “Pedras fundamentais” se dá em bolsões de umidade, com a descida dos bichos do topo, que está frio e deveria estar seco.
Todos à espreita, na quietude do novo ciclo repetir: primaveril, primavera.
Seguindo em frente, outras visões, desta vez, agraciadas pelo belo, inspiram gentilezas e pairam na atmosfera presente: é a vida acontecendo naquele exato momento ao redor e sempre!
Em um túnel de teto azul timbrado, rebordado em suas laterais com árvores, estas abastecidas de insetos, servem ao deleite, os pássaros, provendo gentilezas alimentares.
Convite para um vôo suave e observador que plaina de galho em galho.
Todos os movimentos controlados, até mesmo a respiração, para não incomodar e/ou amedrontar este banquete ao som da avifauna tão presente no Forte Japi.
As orquideas, epífitas ou rupestres, têm polinizadores específicos para continuamente e tenuemente ornamentar os cantos para nosso deleite.
Minha Querida e Saudosa Vó Lucila, obrigada por tudo, em especial por ensinar-me a apreciar estas belas plantas e por auxiliar-me a traduzir este sentimento que adormece em meu peito, quando recordo-me de você e do Meu Querido e Saudoso Avô Antônio, SAUDADES – o amor que fica.
Tangendo pensamentos juntamente com o tempo, que conflui para o solcístio, desperto sensações que resgatam o “equinócio”, luz sempre nos caminhos em iguais proporções, mesmo com os dias mais escuros, visitas noturnas mais longas, pois mesmo no solcístio, as estrelas abrilhantam o céu, as estações e o tempo.
Nessa estação a natureza começa poupar seus esforços, já sentem a pequena distância do Sol, a míngua do dia, sinais de redução energética e adaptação a novas circunstâncias.
No Japi, nosso conjunto florístico denominado como Floresta Mesófila Semidecídua, tem por característica: vegetação de porte médio a alto, com dossel fechado e subosque denso, uma transição de florestas litorâneas com o cerrado.
É nessa época que o Japi faz jus a sua nomenclatura “MESÓFILA SEMIDECÍDUA”, e contribui acentuadamente para a dinâmica da floresta, pois seus indivíduos necessitando poupar nutrientes, retira-os das folhas, concentrando-os no caule, assim as folhas ressecam e caem, sendo depositadas no solo (serrapilheira) e decompostas por fungos e bactérias, retornando como nutrientes. A perfeita reciclagem natural da matéria orgânica.
Outono, estação que demarca a decadência e que nutre a colheita, pois é época de preparação para a próxima fria e hibernante estação, o inverno.
As belas habitantes da nossa preciosa Serra do Japi estão iniciando este ciclo, desprendendo-se parcialmente ou integralmente de suas folhas, folhas que já não fazem sentindo adornar seus ramos, mas que alimentarão o solo.
A sábia experimentação que veicula percepções é que as árvores armazenam somente o necessário, suficiente para mais uma passagem em suas vidas.
Não só esta constatação foi feita, mas também, a referente aos besouros. Segundo o pesquisador - professor Dr. João Vasconcelos Neto – Unicamp, ele citou que as populações de besouros não estão tão abundantes como em outros anos no Japi.
As interferências da nossa espécie no Planeta avançaram todos os limites possíveis e imagináveis. A engrenagem está a todo vapor, ainda consumindo carvão, mesmo com toda tecnologia, acelerando nosso e de outros seres vivos o processo de extinção.
Assim encerro hoje este, um pouco desiludida e preocupada com os filhos que deixaremos para o Planeta e não mais com o Planeta que deixaremos para os nossos filhos.