Eco Ação

Em seu extenso territórrio, o Japi é considerado Santuário – Patrimônio, possui protocolos legais de preservação em todas as esferas, desde os municipais (municípios que o Japi se insere – Jundiaí, Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar), estadual (APA Cajamar, Cabreúva e Jundiaí, e CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), federal (Mata Atlântica, Sistema de Unidades de Conservação e Área de Preservação Permanente) e internacional (Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da cidade de São Paulo).
Sua importância sublime foi referendada com esse ato internacional da ONU, decretando-a patrimônio da humanidade.
Mesmo com todas estas designações, infelizmente a luta para manter o Japi VIVO é árdua com entraves e enclaves, que objetiva a continuidade dos serviços ambientais fornecidos à coletividade não somente no presente, mas para as futuras gerações que ainda estão por vir.
Algumas ações contribuem para este ideal, como as pesquisas científicas, educação ambiental em todas as vertentes, políticas de desenvolvimento sustentável, gestão aplicada, monitoramento ambiental, plano de manejo, entre outras que podemos e devemos fazer, ou exigir dos poderes públicos.
Não podemos mais permitir o flagelo ao Japi! As atividades humanas – ações antrópicas, que interferem e impactam o meio, devem cessar, serem denunciadas e renunciadas.
Atentemos para estas ações; desvios e intervenções de cursos d’água, edificações irregulares, parcelamento do solo, uso das estradas para atividades altamente degradáveis, abandono de animais domésticos, despejos de entulho e lixo, prática de caça, prática de cultos religiosos, ateamento de fogo, desmatamento, atividades com grau intenso de som e outras.

DENUNCIE !! O JAPI AGRADECE E AS FUTURAS GERAÇÕES TAMBÉM!!




16 maio 2016

Excêntrico Tepuy



Excêntrico! Eis a palavra!
Pedindo de antemão licença ao Aurélio, acrescento no significado: extraordinário e inóspito.
É assim que vou retratar o Excêntrico Tepuy.
Emergido do oceano há bilhões de anos, em formação de platô arenítica, acima da linha do equador, fantasmagoricamente, ora surge como por detrás de cortinas de nuvens, miragem panorâmica, imenso paredão, fundo azul anil.
É essa visão, após dois dias, dois rios, 22 km e altimetrias de 250m à 1.000m, que pouco a pouco, passo a passo, se tem.
Mas antes disso, ocorre um indispensável desprendimento, o Excêntrico faz a concessão da visita com restrição: mínimo e necessário para sobrevivência é o que se deve levar, o a mais e o desnecessário será estorvo no mochilar.
Isso aprende-se com os pemóns da comunidade Paratepuy, figuras de expressão singela, com marcas expressivas da voracidade do clima e pernas hipertrofiadas, que vivem em seu dia a dia, a labuta de subir carregando o essencial.
Aprende-se que não existem previsões precisas; aprende-se a aceitar o que o dia possa oferecer! Vai além, vai ao cerne!
Quando a fadiga muscular aparece, ainda há um trecho à escalaminhar!
O bom é que queda d’água e água fria tem em todo lugar.
Um banho, outro banho, outros banhos, no rio, na cachoeira, na jacuzzi natural; limpa, lava, purifica!
Mas o banho “batizador”, que pode ser de gotículas ou enxurradas, sem dúvida alguma, é no ‘paso de las lágrimas’!
A essa altura, encarar o Excêntrico até seu topo está em sua reta final, reta aclive, considerando mais 1.000m de altitude.
Na montanha de chão irregular, parecido com a superfície lunar, diante da extensa imensidão, o giro 360º na ‘las ventanas’ pruma o eixo e eleva a condição humana ao que realmente somos: todos iguais com diferenças singulares e limitações transponíveis e intransponíveis.
E os dias, na considerável altimetria de 2.875m, com fenômenos climáticos abruptos, têm flores, uma mais bela e formosa que a outra, aliás, cada qual com sua beleza!
Tem também proteção do vento, da chuva, da neblina, do frio, do cansaço, têm “hotéis-carvenas”.
Tem comida da boa, com tempero misturado do tríplice verte que nutri o físico. 
Tem alimento pra alma!
O Excêntrico ensina o tempo todo a todo tempo e, na diferença singular limitada transponível, a reflexão constante ecoa: paciência! Paciência!
Imediatismo não se adapta ao “Mundo Perdido”, não mergulha no ‘el foso’, não flutua no ‘lago Gladys’, nem ao menos mira o ‘Maverick’. Imediatismo só acelera o tempo e a pulsação em vão.
Minha 36ª experiência, rumo à expedição ao Excêntrico, resultou algumas bolhas em meus pés, porém, rompeu outras em meus pensamentos e foi descomunal.






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