Eco Ação

Em seu extenso territórrio, o Japi é considerado Santuário – Patrimônio, possui protocolos legais de preservação em todas as esferas, desde os municipais (municípios que o Japi se insere – Jundiaí, Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar), estadual (APA Cajamar, Cabreúva e Jundiaí, e CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), federal (Mata Atlântica, Sistema de Unidades de Conservação e Área de Preservação Permanente) e internacional (Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da cidade de São Paulo).
Sua importância sublime foi referendada com esse ato internacional da ONU, decretando-a patrimônio da humanidade.
Mesmo com todas estas designações, infelizmente a luta para manter o Japi VIVO é árdua com entraves e enclaves, que objetiva a continuidade dos serviços ambientais fornecidos à coletividade não somente no presente, mas para as futuras gerações que ainda estão por vir.
Algumas ações contribuem para este ideal, como as pesquisas científicas, educação ambiental em todas as vertentes, políticas de desenvolvimento sustentável, gestão aplicada, monitoramento ambiental, plano de manejo, entre outras que podemos e devemos fazer, ou exigir dos poderes públicos.
Não podemos mais permitir o flagelo ao Japi! As atividades humanas – ações antrópicas, que interferem e impactam o meio, devem cessar, serem denunciadas e renunciadas.
Atentemos para estas ações; desvios e intervenções de cursos d’água, edificações irregulares, parcelamento do solo, uso das estradas para atividades altamente degradáveis, abandono de animais domésticos, despejos de entulho e lixo, prática de caça, prática de cultos religiosos, ateamento de fogo, desmatamento, atividades com grau intenso de som e outras.

DENUNCIE !! O JAPI AGRADECE E AS FUTURAS GERAÇÕES TAMBÉM!!




28 julho 2009

Pedras fundamentais

Na correria do dia-a-dia, se foi mais um dia! As horas escorrem entre os dedos, e nada de conseguirmos agarrar o tempo, e como em piscares de segundos inicia tudo novo de novo.
O tempo tem sua rotina estabelecida; segundos, minutos, horas, meses, semestre... e lá se foi mais um, marcado pela estação rotineira da época, o inverno.
E assim, a vida acontece para distraídos e é também assado, que os dispostos fazem a vida acontecer.
Independente da fase, a frase deve ser dita: Bem vinda vida! Oras pois, os bons ventos sempre sopram, e as ventanias sempre se vão.
Dias de luta, correria, não fugindo da regra, assim tem sido meus dias. Mas de repente, escapei da previsão rotineira e me refugiei às montanhas quartzíticas para recarregar as energias, pólo magnético e oxigenar o cérebro, inspiração-piração, este conjunto tempestuoso é um bálsamo para a alma, sensibilização a flor da pele.
E as flores do frio apontam na mata, a floresta tem seus pilares de sustentação no inverno, afinal, qual seria o destino dos frugíveros e dos polinizadores?

É certo que neste ciclo muitos insetos estão em diapausa (permanecem imóveis e reduzem seus metabolismos), os mamíferos hibernam (entorpecem em um sono profundo), mas o tempo não para, a vida pulsa.
Os pilares de sustentação são as espécies conhecidas como “Pedras fundamentais” que mantém o ecossistema em seu ciclo, em um compasso desacelerado, mas vivaz e ativo.
Essas espécies se forem extintas, desestruturariam em cadeia nichos e nichos. São as Key Stones, chaves essenciais para esta fase: bons ventos, ventanias, frio e atipicamente chuvas.
A conjunção das “Pedras fundamentais” se dá em bolsões de umidade, com a descida dos bichos do topo, que está frio e deveria estar seco.


Todos à espreita, na quietude do novo ciclo repetir: primaveril, primavera.

13 julho 2009

Outros sítios, outros exemplos.

A natureza transcende beleza como a composição que divaga além da sonoridade, do ritmo e da harmonia, sonhos. E transcendendo, incita os que afloram em vida, a compor poesias cifradas e grafadas, primícias do sentir.
Certa vez li que dentre uma lista prazerosa de acontecimentos momentâneos em nossas vidas, uma delas é ligar o FM, companheiro de muitas horas e horas, e escutar aquele som (música) que nos aguça a acordar sonhando e levantar, ativando momentos reflexões.
Confesso que tenho este prazer quase que diário! Adepta e vidrada em música entrego-me neste momento mágico, parando para apreciar o som acompanhada das letras que nos diz algo á acreditar.
Mas na verdade, a música que tanto me estimula e estimula a outros, é só uma vaga filosofia que tive em uma nova expedição, desta vez não no Santuário Japi. Esta visita técnica ocorreu em uma Reserva Particular e suscitou muitas lembranças, uma delas foi á composição de Jorge Ben: “... Moro em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza...”.
Neste abrigo extenso pude experimentar o despertar cedo com as aves entoando seus cantos. Revi, só que desta vez livres e soltos, papagaios, periquitos, tucanos, águias. Conheci outros cantos e pássaros belíssimos em ordem de grandeza, e até delirei com comentários da possibilidade de rever neste safári natural, a harpia, a nossa maior águia. Safári natural é a melhor descrição deste sítio composto por vegetação de Mata Atlântica preservada, Mata de tabuleiro, mosaico de biomas, onde os moradores nos surpreendem a qualquer instante.
Quando avisto algum bicho, desde os menores até os maiores, explodo em emoção de satisfação e agradecimento.
Neste sítio, não me cansei de avistar seus moradores e agradecer pelo momento de felicidade. Quem vê ou convive com bichos em cativeiro, conhece bem este sentimento, de partilhar o habitat naquele exato momento, com o bichano livre.
E com este sentimento de partilhar, tive o privilégio de avistar também: tapiti (lebre), veado, cutia, macuco, mutum, raposa e curiango. Alguns encontramos no Japi, outros na lista de extinção.
Os que não vi, por falta da oportunidade certa no local certo, mas que ouvi comentários: anta, onça pintada, onça parda, bugio, queixada, saua, dentre uma lista de presença da fauna brasileira.
Outros aspectos chamaram minha atenção: ecoturismo sustentável, construções ecologicamente corretas, consumindo energia renovável ressaltando e ensinando este conceito aos visitantes, integrando as pesquisas científicas. Sutilmente incutindo o meio ambiente e suas variáveis á todos que visitam este safári natural. Isso tudo respaldado por um Plano de Manejo implementado que traçou diretrizes de planejamento, planos de ações, manutenção, monitoramento e fiscalização.
Por exemplo: manutenção – No Japi temos um problema seríssimo sobre a questão, pois não temos procedimentos de manutenção na rebio e nem em seu entorno. Gostei muito do sistema que é utilizado para o controle da velocidade das águas pluviais, um projeto de engenharia simples e funcional acionado pela execução de lombadas, cujos objetivos são atendidos e atenuados.
Este arsenal de ferramentas funciona desde que seus gestores assumam este compromisso com força de vontade e respeito.
Este exemplo que vivenciei por alguns dias, só vem reforçar minha convicção sobre a necessidade do Plano de Manejo efetuado ser implementado com urgência na Rebio do Japi e entorno.
Já estamos quase comemorando o aniversário de 01 ano da elaboração do Plano de Manejo, que segue bem escrito e guardado, resta saber: quando será executado???